sexta-feira, 6 de junho de 2008

Lenha - Do Contra


Seria uma estréia brilhante.
A estréia da Lenha do Homem do Contra.
Eu me manifestaria contra algo a que todos são a favor. Algo que o senso comum solidificou dentro do ser de cada um, algo sobre o que todos concordam pelo simples fato de serem humanos.
E eu seria perspicaz, usaria os argumentos mais contundentes, seria de uma genialidade brutal, cada idéia uma ofensa esplêndida, cada frase ficaria encravada no coração de cada um.
E seria repetido por todos os lados. O meu clamor alcançaria as ruas e vitrines seriam quebradas, carros incendiados, eu seria maldito, pediriam minha cabeça num tribunal de exceção e ninguém haveria de contrariar minha sentença.
Fui dormir satisfeito com o que escreveria hoje pela manhã.
Magnânimo, mal cabia dentro de mim. Alexandre da Macedônia, Napoleão Bonaparte, ninguém jamais deitou em sua cama antevendo tamanha glória.
Mas aí aconteceu.
Hoje, quando acordei, eu estava completamente esquecido sobre o que iria escrever.

2 comentários:

ANA LÚCIA disse...

Post inspirador.
Gostei do que li.
Abçs,
Ana

PS: Já fez o bolo?

Dona Sra. Urtigão disse...

BRAVO!