quinta-feira, 29 de novembro de 2007

CAMPANHA - Por Guilherme Bulla

O Holocausto do “menas”

Não tenho origens alemãs, nem simpatizo com qualquer tipo de totalitarismo. Por toda a vida busquei o exorcismo de todo o preconceito e intolerância que viessem a povoar meu dia-a-dia. Tenho cara de integrante de via-sacra e sempre ri muito comedidamente de piadas preconceituosas que teimavam e teimam em se repetir. Enfim, sempre procuro ser um bom menino, respeitador das leis e pagador de impostos. Tudo muito bonito, tudo muito bem... Mas “menas” não dá! É como uma sirene que grita “menAAAAAAAAAs” e me atordoa até o fim da frase. Nada mais faz sentido. Todos os meus pensamentos se voltam para a grande polêmica que habita as mentes mais humildes perfiladas ao redor de uma mesa: corrijo o assassino ou me martirizo para sempre no inferno da gramática?

Hoje, me deparo com tristeza e profundo sofrimento com a nova revolução imposta pelos lingüistas que afirmam que o que importa é se comunicar. Passou a mensagem? Tá valendo...

Valendo o escambau! Eu tenho o pleno direito de me manifestar contra a esculhambação do que quer que seja. Posso e o faço. Mas pensem nas crianças mudas telepáticas que não podem manifestar sua revolta contra a violência aos seus ouvidos. Exatamente, lembrem-se que elas não são surdas... PIOR! Pensem nas crianças burras hiperbólicas que, por mais que quisessem manifestar sua revolta, não poderiam por não terem a mínima idéia de que deveriam fazê-lo.

Aos dedos críticos que já se assanham a me tecladear, aviso que não sou o rei da verdade. Não pretendo ser. Nem mesmo me incomodo muito com o “mais maior”, ou mesmo com a versão plus “mais maior de grande”. Acho até engraçadinho... Ocorre que é justamente aí que reside o terrorismo do “menas”. Ele não é engraçadinho. Ninguém faz graça com o “menas”. Ele acaba sendo cuspido em entrevistas, palestras, reuniões de família, durante as discussões mais lúgubres com uma propriedade que, esta, sim, intimida.

Nunca se sabe o momento em que ele vai surgir e detonar uma bomba nos seus ouvidos. Eles estão por toda a parte! Nas bocas mais cultas, durantes os papos mais despretensiosos. Não há como diferenciar uma boca com “menas” de outra sem, pelo menos até que o atentado ocorra.

Trata-se de um golpe premeditado a nossa língua. Um movimento que vem sendo injetado subliminarmente em nosso inconsciente há anos. Quem não se lembra das palavras de Cássia Eller? “Palavras apenas, palavras pequenas, palavras, momento”. Não! Não são apenas palavras. É a própria honra de nossa língua manchada por inconseqüentes que jogavam borrachinhas na professora-tia que corrigia os coleguinhas no maternal. Revolucionários que não aprendem com os erros do passado. Os EUA conduziram o regime Taliban ao poder no Paquistão em 1996. O que estamos esperando?

Sou fissurado em quadrinhos e histórias de super-heróis. Adorei a trilogia adaptada aos cinemas dos X-Men, e sequer critiquei a morte do Professor Xavier. Sei que toda a língua é mutante, sendo, ao mesmo tempo, patrimônio de todos e de ninguém. Mas... “menas” é palhaçada!

Peço, portanto, que me ajudem a carregar esta bandeira em favor de nossos sensíveis aparelhos auditivos, e, acima de tudo, em nome da gloriosa Língua Portuguesa que, assim como a Marisa Monte, é de ninguém, é de todo mundo e todo mundo lhe quer bem. Venha comigo você também, e vamos viver um mundo onde MENOS “MENAS” É MAIS”!!!


**** Breve explicação.... Guilherme Bulla é Músico, Bacharel em Direito, e tem formação superior em Amizade com o Tiago. É um dos melhores amigos que a vida me deu. Está na chamada realeza, de onde participam pessoas que a vida, esta desgraçada, não conseguiu me tirar por mais que ela tente. Amo o Gui como meu irmão... sem tirar nem por.... (até pq se tirasse ou puzesse seria gay)... De qualquer forma, ter esse texto aqui... representa que esse blog passou de nível... É cada vez mais a minha casa... agora o Guija já tá aqui também. Seja bem vindo My Friend!

3 comentários:

Vitória Mota disse...

O campeão do uso do "menas" é o letrado presidente Lula. Envergonha o País, sempre que se manifesta. Quanto as piadas, não do time que enxerga preconceito em piadas. Piadas são piadas, nada mais do que piada. Se pode contar piada de gay, de surdo, de mudo, de loira, de árabe, de argentino, porque não pode contar outras tantas??? Piadas aniquilam com preconceitos, por serem apenas piadas.

Anônimo disse...

Eleição não é concurso público. Um país de desdentados tem que ter como presidente o Lula mesmo. O Lula não envergonha o País. O Pais envergonha o País e, sob essa ótica, está é muito bem representado.

Querem não gostar do Lula? Eu não gosto, mas não é pela falta de formação dele. Digo e repito.

Eleição não é concurso público.

Ollie disse...

MUITO boa! Tinha que ser do Bulla!

BTW, concordo com o tal "Do Contra", na parte que ele diz que o País envergonha o País.

Beijos!

ps.: nos vemos em breve. ;)