Hoje é dia de falar baixo, de olhar tímido.
Hoje é dia de pensar em tudo, na vida, na morte...
Hoje é dia de abraçar o filho como se fosse a ultima vez.
Despedir-se dos amigos.
Hoje é dia de cuidar o passo, de amarrar os sapatos.
O ontem mudou o hoje e percebemos que estamos de passagem.
O ontem acabou com o mundo, nos levou o resto de ingenuidade.
Falar não é fácil, sentir menos ainda.
Comungar da dor, questionar onde está Deus...
Irmanar-se na solidariedade e rezar, ao fim, como um paliativo para a alma.
Pensar no amanhã não faz sentido, sofrer tampouco.
Respeitar, enlutar-se, reagir e de alguma forma sentir-se vivo.
As ruas estão tristes, as pessoas caminham vagarosamente, parecem não ter pra onde ir.
A vida não volta ao normal, só segue.
A terra segue intacta, mas o mundo parece que acabou, embora a vida siga...ainda que não plena.
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